Papa exorta Equipes de N. Sra. a levar a misericórdia às famílias feridas
"Um casal unido e feliz pode compreender melhor do que qualquer outro a ferida e o sofrimento que provocam um abandono, uma traição, um fracasso do amor" - ANSA
10/09/2015 11:31
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Cidade do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira o Papa Francisco recebeu na Sala Clementina cerca de 400 participantes das Equipes de Nossa Senhora, presentes em Roma para seu encontro mundial. O Papa encorajou-os a colocar em prática a espiritualidade do movimento, fortificar o empenho missionário e serem instrumentos da misericórdia de Cristo em relação às pessoas que tiveram o matrimônio fracassado.
O Santo Padre sublinhou no início de seu pronunciamento que este encontro precede o Sínodo dos Bispos que vai refletir sobre os desafios das famílias, visto “as ameaças no atual contexto cultural difícil”. Neste sentido, Francisco insiste no “papel missionário das Equipes de Nossa Senhora, onde a vida conjugal se aprofunda e se aperfeiçoa graças à espiritualidade do movimento”. E os exorta “a testemunhar, anunciar e comunicar para fora, aquilo que vivem como casais e famílias”. “Os casais e as famílias cristãs – observou o Papa - normalmente estão em melhores condições para anunciar Jesus Cristo às outras famílias, apoiando-as, fortificando-as e encorajando-as”.
Inicialmente, o Papa encorajou os casais a colocarem em prática e a viverem em profundidade a espiritualidade do movimento, destacando a importância dos “pontos concretos de compromisso” propostos, que “representam realmente uma ajuda eficaz aos casais para “progredirem com confiança na vida conjugal no caminho do Evangelho”:
“Penso em particular na oração dos casais e em família, bonita e necessária tradição que tem sempre sustentado a fé e a esperança dos cristãos, mas infelizmente abandonada em tantas regiões do mundo; penso também no tempo do diálogo mensal proposto entre os esposos – o famoso e empenhativo Dever de sentar-se - que vai contra a corrente em relação aos hábitos do mundo frenético e agitado, cheio de individualismos, e que é um momento de troca vivido na verdade sob o olhar do Senhor. É um tempo precioso de agradecimento, de perdão, de respeito recíproco e de atenção pelo outros”.
A presença na vivência em equipe do sacerdote acompanhante, leva a uma reciprocidade fecunda, ressaltou Francisco. “Agradeço às equipes de Nossa Senhora por serem um apoio e um encorajamento no ministério de vossos sacerdotes ,que encontram sempre, no contato com as vossas equipes e as vossas famílias, a alegria sacerdotal, a presença fraterna, o equilíbrio afetivo e a a paternidade espiritual”.
Em segundo lugar, o Santo Padre convidou os casais, fortificados pelo encontro em equipe, a um empenho missionário. O Papa chama a atenção da missão a eles confiada, “que é tão mais importante enquanto imagem da família - como Deus quer, formada por um homem e uma mulher em vista do bem dos cônjuges e também da geração e educação do filhos - e que é deformada mediante poderosos projetos contrários apoiados, por colonizações ideológicas”.
Mesmo reconhecendo que os membros das Equipes de Nossa Senhora já são missionários “pela irradiação da própria vida” – pois uma família habitada pela presença de Deus fala por si só do amor de Deus por todos os homens - o Papa convidou para que também se empenhem em “acolher, formar e acompanhar na fé, particularmente os jovens casais, antes e após o matrimônio”:
“Vos exorto também a continuarem a fazerem-se próximos às famílias feridas, que são hoje tão numerosas, pelo motivo da falta de trabalho, da pobreza, de um problema de saúde, de um luto, da preocupação causada por uma criança, do desequilíbrio provocado por um afastamento ou uma ausência, pelo clima de violência. Devemos ter a coragem de entrar em contato com estas famílias, de maneira discreta mas generosa, materialmente, humanamente ou espiritualmente, naquelas circunstâncias onde elas se encontram vulneráveis”.
O Papa, por fim, encoraja os casais das Equipes de Nossa Senhora “a serem instrumentos da misericórdia de Cristo e da Igreja em relação às pessoas cujo matrimônio fracassou”:
“Não esqueçam nunca de que a vossa fidelidade conjugal é um dom de Deus, e que para cada um de vocês foi usada de misericórdia. Um casal unido e feliz pode compreender melhor do que qualquer outro a ferida e o sofrimento que provocam um abandono, uma traição, um fracasso do amor. É necessário, portanto, que vocês possam levar o vosso testemunho e a vossa experiência para ajudar as comunidades cristãs a discernir as situações concretas destas pessoas, em acolhê-las com as suas feridas e em ajudá-las a caminhar na fé e na verdade, sob o olhar de Cristo Bom Pastor, para que tomem parte em um modo apropriado na vida da Igreja. Não esqueçam tampouco o sofrimento das crianças que vivem estas dolorosas situações familiares: a eles vocês podem dar muito”.
O Pontífice concluiu renovando a sua confiança e encorajamento às Equipes de Nossa Senhora, afirmando que desde o momento em que a causa de beatificação do fundador, Padre Enrico Caffarel chegou a Roma, “rezo para que o espírito santo ilumine a Igreja no juízo que a seu tempo deverá pronunciar a seu respeito”. (JE)