Quem Somos

1. O que é uma Equipe de Nossa Senhora?
É uma comunidade de casais cristãos unidos pelo sacramento do matrimônio, que se reúnem em nome de Cristo e quer ajudar seus membros a melhor responderem ao apelo de Cristo.
Somos um Movimento Católico internacional. Um Movimento Cristão de Casais. Um caminho e uma entreajuda entre casais. Um meio para ser feliz em casal e em família. Um lugar privilegiado para viver o evangelho.
A palavra Equipe, preferida a qualquer outra, exprime claramente o espírito e a unidade necessários para a busca de um desejo comum; porque os casais fazem esforços juntos e se ajudam mutuamente, preocupando-se com os outros, com o seu progresso espiritual e humano.
E de Nossa Senhora, porque o Movimento é colocado sob a proteção de Maria porque ela conduz ao Cristo, que é o centro da vida espiritual dos equipistas. Maria é para nós, pela sua submissão à vontade de Deus, um exemplo perfeito da docilidade ao Espírito Santo.

2. Como surgiu? Quando? Onde? Quem iniciou?
Em 1938, em Paris, o jovem padre Henri Caffarel, recebe a visita de uma moça que deseja lhe falar, de sua vida espiritual. Alguns dias depois, ela volta, acompanhada do marido. A seguir, esse casal apresenta o padre a três outros casais. Está lançado, dessa maneira, o projeto de se reunirem para refletirem juntos sobre o matrimônio cristão. Foi no dia 25 de fevereiro de 1939 que esses casais se encontraram com o Pe. Caffarel. Nesse dia, e dessa maneira, nasce a primeira das Equipes de Nossa Senhora e logo novos casais se interessam em participar da experiência sendo criadas novas equipes.
Poucos meses depois estoura, na Europa, a 2ª Guerra Mundial. A grande maioria dos maridos são convocados para o serviço militar e, com a derrota da França, são recolhidos a campos de prisioneiros. Neste período aqueles que estavam presos organizavam, nos campos, grupos de reflexão e oração, reunindo outros prisioneiros que não pertenciam às equipes, enquanto os que permaneciam livres se mantiveram em vigília de oração e ajudando materialmente às famílias dos que estavam prisioneiros. Com a rendição da França os prisioneiros franceses são libertados e enquanto durou o restante da guerra mantiveram-se unidos na oração e na ajuda às famílias daqueles que, de quando em quando, caiam prisioneiros da Gestapo. Esta característica de oração e ajuda mútua constituem até hoje a base da mística do Movimento.
Finda a guerra o Movimento passa por um grande crescimento, o que leva o Pe. Caffarel e os primeiros casais a perceber a necessidade de redigir os estatutos do Movimento que chamamos de Carta das ENS e que, com poucas modificações, continua a regulamentar as ações do Movimento.
Em 1950, um casal brasileiro, Nancy e Pedro Moncau (ambos já falecidos), comentando com um sacerdote canadense que gostariam de participar de algum movimento em que pudessem, como casal, crescer espiritualmente, ouvem falar do Movimento que, já então, havia se espalhado pela França e Suíça. Logo que entram em contato com o Pe. Caffarel recebem entusiástico apoio e estímulo e, assim, em 13 de maio de 1950, é lançada a primeira Equipe de Nossa Senhora no Brasil, na época, a primeira num país de língua não francesa. A partir daí o Movimento não tem cessado de crescer no Brasil, estando hoje presente em 25 dos Estados da Federação.

3. Qual o objetivo?
“As Equipes de Nossa Senhora têm por objetivo essencial ajudar os casais a caminhar para a santidade. Nem mais, nem menos.” Estas palavras de seu fundador, definem bem qual é o objetivo do Movimento. As Equipes querem, “como Igreja, participar e comprometer-se com a construção do reino, vivendo o sacramento do matrimônio, buscando a vontade e o amor de Deus, a verdade, o encontro e a comunhão, na vida em comunidade.”

4. Qual o carisma?
O Carisma das ENS surgiu a partir da consciência de que:
- O casamento é uma obra de Deus e o casal humano a obra-prima de Deus;
- O casamento tem uma alma, que é o amor. Esquecer o amor é condenar o matrimônio;
- O homem e a mulher não podem ser fiéis ao amor sem o auxílio do Cristo. Foi por isso que ele instituiu o sacramento do matrimônio, que é preciso aprofundar;
- Os cristãos casados, tais como os sacerdotes, religiosos e religiosas, são chamados a uma santidade;
- A vida conjugal comporta grandes riquezas e também grandes exigências e, por isso, é necessário, é indispensável elaborar uma espiritualidade do casal que não seja a espiritualidade de um celibatário ou de um monge, ou frade.
Assim, o carisma das ENS é a Espiritualidade Conjugal.

5. Qual a mística?
A mística é o espírito que dá sentido a propostas concretas de vida, intuição que “abre” o que se oculta no espírito humano, orientação que faz da vida uma contínua busca de comunhão com Deus.
Entendida assim, a mística das ENS está contida em que nós, equipistas, temos consciência de que estamos:
(a) Reunidos em nome de Cristo – “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles.” (Mt 18,20).
Cristo está presente nas nossas reuniões. Reunidos em seu nome, seu espírito alimenta nossa fé e a faz crescer.
Para vivermos:
(b) A ajuda mútua – “Carreguem os fardos uns dos outros.” (Gl 6,2).
É uma coisa normal, útil e motivadora pedir a ajuda uns aos outros; é por isso que os casais de uma equipe se ajudam material e espiritualmente na vida conjugal, no caminho da santidade, na oração e no aprofundamento da fé nas diferentes etapas do casamento.
(c) O testemunho – “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma.” (At 4,32).
Pois as Equipes de Nossa Senhora estão convencidas de que outros casais se sentirão chamados para o Cristo e para o sacramento do matrimônio, motivados pelo exemplo de casais cristãos que se amam de verdade e se ajudam mutuamente, na busca de Deus e no serviço prestado a seus irmãos.

6. Quem participa?
De acordo com os seus estatutos, aprovados pelo Vaticano, somente podem participar das ENS, casais católicos casados pelo sacramento do Matrimônio.

7. Qual a dinâmica?
As ENS propõem a seus membros meios desenvolvidos pela experiência acumulada de seus casais, para que eles possam, como casal, se engajar no caminho traçado por Cristo. Os casais vivem estes meios levando em conta três linhas mestras:
(a) A gradualidade – o Senhor toma cada um no estado em que se encontra; trata-se então, de querer progredir na direção de um crescimento espiritual;
(b) A personalização – a caminhada é, ao mesmo tempo, pessoal e de casal: cada um terá seu próprio ritmo e sua própria maneira de viver as propostas do Movimento;
(c) O esforço – não existe conversão pessoal e em casal, sem a decisão de transformar nosso desejo de progresso em ações concretas, precisas e determinadas.
Respeitando estas três linhas o Movimento propõe aos seus casais:
(a) As orientações de vida – que são propostas para ajudar os casais a progredirem no amor de Deus e no amor ao próximo.
(b) Os Pontos Concretos de Esforço – que são um convite a:
(1) Escuta da Palavra de Deus quotidianamente;
(2) encontrar-se todos os dias, com o Senhor, numa prece silenciosa: Meditação;
(3) rezarem juntos, marido e mulher, todos os dias a Oração Conjugal – e, se possível, em família, a Oração Familiar;
(4) conseguir, a cada mês, um tempo para um verdadeiro diálogo conjugal, o Dever de Sentar-se;
(5) assumir esforços pessoais para o crescimento espiritual, no amor ao próximo e a Deus: a Regra de Vida;
(6) fazer, a cada ano, em casal, um Retiro para escutar a Deus e entender o plano que Ele tem para o casal.
(c) Uma vida de Equipe – constituída principalmente pela Reunião Mensal, que é o ponto alto da vida desta pequena comunidade que é a “Equipe”, e pela Reunião de Estudo, também mensal.
A Equipe é um grupo formado por 5 a 7 casais, que se reúne mensalmente, cada vez na casa de um casal, assistidos por um sacerdote. É um momento privilegiado de partilha, num ambiente de caridade e amor fraterno. A Reunião se desenrola em cinco partes, não necessariamente nesta ordem: refeição partilhada (cada casal leva um prato), oração, partilha da vivência dos Pontos Concretos de Esforço; por em comum os acontecimentos importantes que viveram durante o mês em suas vidas familiares, profissionais e pastorais. Na Reunião de Estudo há a troca de ideias sobre um tema, geralmente proposto pelo Movimento, que fornece um livro específico, cujo papel é suprir a necessidade que têm os casais de reforçarem e aprofundarem seus conhecimentos da fé.

8. Qual é a estrutura? (Hierarquia, organograma, relação com a Igreja)
O Movimento possui uma organização destinada a coordenar, animar, apoiar, servir e manter a sua unidade. Essa unidade é constituída e formada pelo desejo de progredir juntos na fidelidade ao espírito e aos seus métodos:
São instâncias de responsabilidade no Movimento, a Equipe Responsável Internacional apoiada pelo Colegiado Internacional; Super-Regiões (reunindo todas as equipes de um mesmo país ou de um grupo de países); Províncias (em alguns países); Regiões; Setores e Equipes de Base.
A Equipe Responsável Internacional (ERI), instância de responsabilidade geral do Movimento, é composta por cinco a seis casais de diversos países e de um Sacerdote Conselheiro Espiritual; sua sede é na França, sendo Maria Berta e José Moura Soares (Tó e Zé), de Portugal, o atual Casal Responsável Internacional, que assumiu a missão em julho de 2012, no Encontro Internacional das ENS em Brasília. Têm apoio do Colegiado Internacional formado pelos integrantes da ERI e por todos os casais responsáveis pelo Movimento nas diversas partes do mundo (Super-Regiões e seus respectivos Sacerdotes Conselheiros Espirituais).
A Super-Região agrupa as Províncias (ou Regiões) de um país, ou de diversos países vizinhos. A responsabilidade é confiada ao Casal Responsável da Super Região.
A Super-Região Brasil, devido a sua dimensão geográfica e ao número de equipes, está dividida em sete Províncias, a saber:
Província Norte, Província Nordeste, Província Centro-Oeste, Província Leste, Província Sul I, Província Sul II, Província Sul III. Cada uma dessas Províncias está dividida em Regiões.
A Província Norte tem três Regiões: Norte I (Manaus), Norte II (Belém), Norte III (Santarém).
A Região Norte II abrange, além de Belém, Abaetetuba, Castanhal, Capanema, Salinópolis, S. Miguel do Guamá e Capitão Poço.
Todo o serviço que se presta ao Movimento é gratuito, exercido em casal, e tem um tempo limitado: a duração varia segundo os diferentes escalões de responsabilidade. O tempo mínimo de responsabilidade é de um ano (Casal Responsável de Equipe), e o tempo máximo é de seis anos (Casal Responsável Internacional).
Nenhum casal que assuma uma responsabilidade deixa de participar ativamente de toda a vida de sua equipe de base, cumprindo as suas obrigações como qualquer outro equipista.
“Embora as Equipes de Nossa Senhora não sejam um movimento de ação, elas querem ser um movimento de pessoas ativas”, afirmou o Cardeal Carlo Maria Martini, em 1998. As equipes não participam, como equipes, de atividades conjuntas nas comunidades. Mas desejam e incentivam que cada casal equipista exerça sua missão no lugar onde se encontra, conforme escolha pessoal. O Movimento, como tal, não se engaja numa ação de conjunto determinada, pois cada casal deve descobrir o chamado ao qual o Senhor deseja que ele responda, atento às necessidades dos irmãos e da Igreja, engajando-se em atividades, principalmente, na Pastoral Familiar, disposto a ser testemunho de casal cristão, casal feliz, casal comprometido.
As Equipes de Nossa Senhora foram reconhecidas oficialmente pela primeira vez, pela Igreja, em 1960, através de uma carta do Cardeal Maurice Feltin, Arcebispo de Paris. Em 1975, o Pontifício Conselho para Leigos confere às Equipes de Nossa Senhora o reconhecimento como Associação Católica Internacional e, em 1992, é publicado um decreto de reconhecimento “ad experimentum”, como uma associação de fiéis de direito privado. Em 26 de junho de 2002, o mesmo Conselho Pontifício para Leigos decreta a confirmação de reconhecimento definitivo das ENS como Associação Privada Internacional de Fiéis, dotada de personalidade jurídica e aprovação definitiva dos seus estatutos.

9. Onde está hoje? (No mundo e no Brasil)
Há Equipes de Nossa Senhora em 79 países nos cinco continentes. São 11.700 equipes formadas por 60.000 casais, 8.000 Sacerdotes e Acompanhadores Espirituais, totalizando acima de 130 mil participantes.
No Brasil há 3.430 equipes, com 43.800 membros, sendo 20.600 casais, 380 viúvas/viúvos, 1.776 Sacerdotes Conselheiros Espirituais e 386 Acompanhadores Espirituais Temporários (Diáconos, Religiosos, etc.).
A Província Norte conta com 157 Equipes, formadas por 907 casais, 40 viúvas/viúvos, 95 Sacerdotes Conselheiros Espirituais e 9 Acompanhadores Espirituais Temporários, totalizando 1.958 membros.
A Região Norte II – geograficamente localizada no leste do Estado do Pará – conta com 72 equipes, 444 casais, 18 viúvos/viúvas, 40 Sacerdotes Conselheiros Espirituais e 6 Acompanhadores Espirituais. Esta Região é composta por seis Setores: Setores A, B e C em Belém, incluindo duas equipes em Abaetetuba; Setor Castanhal; Setor Capanema, com equipes em Capanema e Salinópolis; e o São Miguel do Guamá, com equipes nessa cidade e em Capitão Poço.

 

10. Qual o benefício para os casais e para a família?
Os membros das Equipes de Nossa Senhora vivem no mundo de hoje. Fazem parte dele plenamente e querem ser “fermento na massa”. É por isso que precisam discernir continuamente os sinais dos tempos, para descobrir a nova realidade e as necessidades que ela implica para os casais de hoje. Eles devem também buscar fatores de esperança num mundo que parece cada vez mais hostil à fé cristã, e onde os valores fundamentais do casamento e da família estão ameaçados. As Equipes de Nossa Senhora trazem esse sinal de esperança aos casais na Igreja e no mundo: “Inúmeros casais lhes serão gratos pela ajuda que lhes dão; ma verdade, a maioria dos casais hoje precisa de ajuda” (Papa Paulo VI às Equipes de Nossa senhora, 1976).


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